POLÍTICA

João Pedro declara que a “tendência” é ele seguir o governador e trocar o PSDB pelo PSD

Foto Divulgação

Diante da proximidade do prefeito João Pedro com o governador Eduardo Leite não chega a ser uma surpresa a possibilidade, ou melhor, a grande probabilidade dele seguir o ex-tucano deixando o PSDB para também ingressar no PSD. Antes de anunciar a decisão oficialmente, Eduardo Leite se reuniu com prefeitos e deputados do partido, quando fez o convite para que o seguissem, o que deve acontecer, provocando uma verdadeira debandada do partido, sendo que grande parte dos deputados também deve optar pelo PSD, porém, o Republicanos é outra opção. Inclusive, segundo o que o próprio João Pedro declarou a esta coluna, o PSDB, como é hoje, “tende a desaparecer”...

Alinhamento
Porém, antes de anunciar oficialmente a mudança de partido, João Pedro afirma que irá fazer um alinhamento com a base municipal, até porque o PSDB, hoje, é a sigla com o maior número de filiados no município. Além disso, possui o maior número de vereadores na Câmara. Aliás, a saída dos vereadores, em função da lei de fidelidade partidária, é um pouco mais complicada do que a do prefeito. Caso não fique comprovada uma descaracterização do partido em função da fusão com o Podemos, os vereadores terão que esperar até a janela partidária do ano que vem para deixar a sigla sem o risco de perder o mandato, apesar que dificilmente a executiva local do partido deverá cobrar fidelidade dos vereadores...

Aliado
Assim como o governador Eduardo Leite, o PSDB é o único partido do prefeito, onde ele é filiado desde 2016, o que justifica a cautela de João Pedro ao falar do que ele ainda chama de “tendência” de mudar de sigla. Ao mesmo tempo diz que se a “tendência” se confirmar, será também como uma demonstração de “lealdade ao governador pelo o que ele já fez e ainda fará por Carazinho”. Vale lembrar que o PSD, de Gian Pedroso, já é aliado da administração. Até agora, não possui nenhum cargo no primeiro e segundo escalão, porém, confirmado o ingresso do prefeito, certamente a sigla sairá vitaminada...

Dança de cadeiras
Outra mudança, e esta já consumada, é no primeiro escalão do governo...A primeira dança de cadeiras passados apenas quatro meses de governo surpreendeu a todos, e mais ainda, por se tratar de uma secretaria delicada e complexa como a Fazenda. A versão oficial é que Lúcio Martins Pinto deixou a pasta por questões profissionais, mesmos motivos, aliás, alegados no início do ano para o novo secretário João Hartmann não assumir nenhum cargo no governo. De qualquer forma, mudanças no primeiro escalão passados apenas quatro meses sempre podem gerar especulações. Além disso, demonstram que João Pedro ainda está azeitando a máquina...

A propósito: segundo o vereador Tenente Costa, presidente do MDB, a secretaria foi oferecida ao partido. Ele disse que se sentiu lisonjeado pelo convite, mas recusou fazer parte do governo, diferente do que fez o PSB, fiel aliado da antiga administração...

Projetos “nitroglicerina”
Há uma máxima entre os políticos que assumem mandatos com poder de caneta, de que as medidas antipáticas ou impopulares devem ser implementadas no primeiro ano de governo, apostando, é claro, na memória curta do eleitor. Talvez isso explique a decisão do prefeito de enviar à Câmara nos primeiros quatro meses de gestão, dois projetos, que apesar de “imbuídos” de boas intenções, tem tudo para virar “nitroglicerina pura” nas mãos da oposição, o que, sem surpresas vem acontecendo com os projetos 040 e 041 enviados à Câmara. Por ambos tratarem diretamente de dinheiro público – o primeiro, de adiantamento de despesas e o segundo, de alteração de cargos e funções -, a base está tendo que “se puxar” para defender as propostas sem se queimar junto aos eleitores...

Versão
Nos últimos dias, a “bola da vez” vem sendo o projeto 040 que prevê o adiantamento de valor para despesas de pronto pagamento. Por mais que o prefeito e vereadores da situação tentem convencer a população que o objetivo é apenas desburocratizar os pagamentos e que inclusive, este mesmo sistema já é utilizado no governo estadual e dezenas de prefeituras, está difícil de desfazer a versão espalhada pela oposição de que a desburocratização possa representar a “farra” com o dinheiro público.

Desburocratização
...Apesar que se “bem explicadinho”, sem distorções oportunistas, o projeto se mostra não só viável, como necessário...Fonte desta coluna cita o caso de uma retroescavadeira, por exemplo, que pode ficar até três meses parada por causa de uma peça que custa menos de 200 reais. Aliás, a burocratização da máquina pública é uma das principais críticas dos cidadãos. Porém, vale destacar que quanto menos burocratização, mais transparência, controle e fiscalização se fazem necessárias...

Conquista ofuscada
...Como se não bastasse o forte apelo de “farra com o dinheiro público” junto à opinião pública, o parecer enviado pelo IGAM à Câmara, apontando falhas no projeto, só reforçou o discurso da oposição. Tanto que na última sessão da Câmara, a principal discussão foi se o projeto deveria ser retirado ou apenas adequado. Por 7 votos a 5, a situação venceu garantindo a não retirada do projeto, mesmo assim, não há nenhum motivo para “cantar vitória”, já que a polêmica em cima deste projeto acabou ofuscando a aprovação do projeto do Refis, que representa uma grande conquista para os cidadãos e um avanço importante garantido pela atual gestão. Aliás, atropelado pela polêmica provocada pela oposição, o governo falhou em não capitalizar melhor o que o Refis pode representar para a economia do município...

Vazamento
Em meio a toda polêmica envolvendo o projeto 040, o vazamento para a oposição de um áudio do prefeito enviado somente ao primeiro escalão fez todo mundo “colocar as barbas de molho” na cúpula do governo. No áudio, João Pedro pedia que secretários e diretores entrassem em defesa do projeto em um vídeo publicado pelo vereador Tenente Costa nas redes sociais. É claro que a “trairagem” foi denunciada pelo próprio Costa na tribuna, provocando uma verdadeira caça às bruxas para descobrir quem é o inimigo na trincheira...Guardadas as devidas proporções, o caso está virando o Wikileaks de Carazinho...Se era para semear a discórdia, a oposição conseguiu...

Mais deputados I
Os dois deputados carazinhenses se dividiram na votação do projeto que garantiu o aumento do número de deputados federais de 513 para 531. Enquanto Márcio Biolchi (MDB) votou contrário, Ronaldo Nogueira(Republicanos) se posicionou favorável ao projeto, que se avalizado pelo Senado, deve impactar os cofres públicos em mais R$64 milhões, além do que já é gasto atualmente com a Câmara dos Deputados.

Mais deputados II
Em contato com esta coluna, o deputado Ronaldo declarou que foi uma decisão difícil, mas que tomou baseada principalmente em dois aspectos. O primeiro é que o Rio Grande do Sul poderia perder duas vagas em favor de algum estado do Nordeste, o que representaria R$74 milhões a menos para o Estado só em emendas impositivas, sem contar os demais recursos. O segundo aspecto que justifica o seu voto, segundo explicou, é que não haverá aumento no duodécimo, já que estas despesas já estão adequadas ao próprio orçamento da Câmara. Ao mesmo tempo, disse não acreditar que o projeto seja aprovado pelo Senado, o que representará menos dois deputados para o RS a partir da próxima eleição.